Este Blog nasceu com uma finalidade: relaxar. Duas amigas, sem cobranças, sem metas, sem datas, compartilhando o que houver de momentâneo. Comidas, maquiagem, militância, jogos, música, sentimentos, momentos, esquisitices e afins, vai estar tudo aqui, com o melhor do gostinho que só Salvador sabe temperar as coisas. Então quando você achar que precisa TAKE IT EASY, estaremos aqui.

✸ Uma reflexão sobre o ano novo ✸

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Quando se perguntam sobre o ano novo, muitas pessoas pensam em celebrações, festas, fogos de artifício (que são uma péssima coisa) e, principalmente, metas. Por algum motivo, seres humanos têm essa mania de querer traçar metas no fim do ano, como se fosse mais uma lista de desejos do que uma lista de metas a serem alcançadas e aí que está o maior problema desse tipo de coisa. Inicialmente, o mais sensato é estabelecer metas realísticas e que você sabe que tem total capacidade de realizar se esforçar-se um pouco e não vomitar seus desejos mais loucos em um pedaço de papel na esperança de que magicamente aquilo aconteça no ano posterior.
Esse costume de estabelecer desejos no ano novo pode ser muito prejudicial por diversos motivos, pois muitas vezes vem com a sensação de frustração por não alcançá-los ou o sentimento de impotência diante aos fatos de que você realmente não vai conseguir fazer tudo aquilo porque não são metas, mas sim desejos.
Até mesmo em relação às pessoas que estabelecem metas realísticas, existe aquela sensação de que algo mágico está contra você, que o mundo não quer que você realize aquelas coisas e que nada está indo como você queria, mas será mesmo? Será que o mundo está conspirando contra suas metas ou será que você não está fazendo nada além de esperar que elas caiam no seu colo prontinhas? Um ponto muito importante ao estabelecer metas é que elas são metas e não coisas mágicas que espero que aconteçam comigo.
Você precisa lutar para obtê-las assim como provavelmente já lutou por muitas outras coisas (ou não). Se você deseja fazer uma viagem, economize dinheiro. Se você quer ser uma pessoa melhor, reavalie você mesmo, reflita sobre suas decisões e suas falas do dia a dia e tente melhorar, se você quer ter mais amigos, seja mais social, se você quer ser mais saudável, pare de adiar essa academia e pare de ter preguiça de cozinhar. Então que tal, em vez de culpar o ente mágico chamado 2016 por você ter tido um péssimo ano e não ter feito nada de bom, você começar a reavaliar o que você realmente fez nesse ano para que suas metas fossem alcançadas?
Sei que falando assim parecem ser coisas bem simples de se fazer e que muitas coisas podem não ser tão simples para os diferentes tipos de pessoas que existem, mas se existe uma verdade geral sobre metas é que elas não são se realizar sozinhas e magicamente. Muitas coisas podem aparecer no caminho entre você e algo que você quer muito realizar, mas se você resistir e permanecer nesse caminho árduo, tenho certeza que você conseguirá fazê-lo.
Apesar disso tudo, também é importante saber respeitar seu próprio tempo, tendo a certeza de diferenciar preguiça de cansaço e falta de vontade de fadiga. Se você acha que está indo longe demais nessa perseguição e que isso está te deixando exausta e estragando e/ou piorando algum outro ponto de sua vida que é importante para você, pondere sobre isso. Antes de tudo, é necessário ter uma ideia muito concreta sobre equilíbrio, afinal o que é a base de todos os seres vivos se não o equilíbrio? Saber equilibrar as coisas é um aspecto muito importante e que aparentemente poucas pessoas conseguem fazer nas novas gerações, então pense nisso com carinho e tome esse texto como uma brecha para se conhecer mais e analisar sua vida e sua influência nela

E nesse ano novo, em vez de soltar fogos de artifício e assustar crianças e animais, que tal apenas observar o céu estrelado na paz de Jah? Feliz 2017 para você e que você consiga forças para correr atrás de suas metas.




A paz de estar sozinho

domingo, 13 de novembro de 2016

     Um amigo me deu a ideia de chamar esse texto de "Sobre presenças e mudanças: Ensaios de uma vida adulta", e não duvidem que ele está super certo em chamar esse meu louco devaneio com esse nome. Ultimamente tenho pensado muito sobre solidão: sobre estar sozinho, sobre querer estar sozinho, sobre permanecer sozinho e sobre se acostumar com o vazio das ausências. Mas afinal: é impossível ser feliz sozinho?
     Talvez você esteja se sentindo meio vazio sem saber o motivo, ou é só uma sensação de que algo de errado não está certo em você, não é? E então você percebeu que aquelas pessoas que estão sempre ao seu redor são insuficientes pra "cobrir" esse buraco repentino que surgiu em você. Tem um filósofo muito importante que falou uma coisa muito bonita sobre isso "não me roube a solidão sem antes me oferecer a verdadeira companhia", Nietzsche estava certo - não ocupe o seu vazio com pessoas vazias, você pode até transformar no adágio popular "antes só que mal acompanhado" - eu prefiro dizer sempre "antes sol do que mal iluminada", afinal, agora eu tenho uma outra perspectiva sobre estar sozinha.
     O que acontece é que de repente enxerguei um mundo com uma grande gama de pessoas vazias e rasas, pessoas sem profundidade e sem interesse real de entrega. Ninguém conhece ninguém na verdade. Mesmo que o processo seja árduo e lento, algumas pessoas são capazes de se entregar e mostrar a sua alma. Existem pessoas que acreditam que as relações vão além da conversa no barzinho ou o desabafo sobre o namoro ruim - preste atenção: as pessoas são mais que isso.

Se você mergulhar dentro de si, morre afogado ou morre de sede?
     Tenho uma amiga que diz "você tá de bode com o mundo", é a sensação de que nada está no lugar apesar de tudo estar na mais perfeita ordem. É quando o estranhamento começa a te assolar, é quando você começa a enxergar um padrão nas pessoas ao seu redor: mas para um pouco ai! Todo mundo tá andando na mesma direção, porque que isso é tão claro e ninguém resolve esse problema?
     Olha, eu tenho uma teoria simples chamada "mal da geração", a tal da geração da tecnologia está sempre muito online e pouco in vivo: as conversas que fluem levemente em whats app e quase não ocorrem de forma presencial porque as pessoas "não sabem o que dizer". É incrível como a digitalização das relações facilitou muita coisa: o acesso as pessoas que estão distantes, por exemplo. E como dificultou muita coisa: o comodismo de não precisar sentir. Fazemos parte, e eu não estou fora disso, de um grupo de pessoas que não gosta de sentir, que não se abre para e que tem medo de se machucar. Bauman acertou, a marca maior dessa sociedade é a fluidez - é tudo mais efêmero do que deveria.
   Os joguinhos criados nas relações começam na primeira oportunidade em que a luta por "quem demostra menos" começa, mas nesse jogo todos os envolvidos perdem: perdem a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, e sem dúvida perdem a chance de viver momentos e de aprender coisas que poderiam ser determinantes na formação de quem nós somos. E então cheguei aonde eu queria chegar - na formação de quem nós somos, mas afinal, porque a nossa geração é tão "vazia"?
     De onde vem esse vazio incessante que é reconhecido na grande massa de jovens adultos? Será que é por causa das gerações anteriores que nos "influenciaram" mal, e nos formaram pessoas tão medrosas? Prometo que no dia que eu encontrar resposta para essas questões eu conto pro mundo, mas por enquanto tudo é especulação. Quem nós somos? Porque somos tão misteriosos? Porque temos tanto medo? Porque no final das contas estamos sempre tão vazios? Porque eu cheguei a conclusão de que É SIM possível ser feliz sozinha.
      Nos últimos tempos o papel de observadora me ensinou mais do que se pode aprender em uma vida inteira de atuante. Observar os comportamentos e como as relações se dão, onde se encontram os refúgios e os pontos de salvação, me ensinou que estar sozinho não é pior coisa que pode te acontecer - muito pelo contrário, é preciso saber ser feliz consigo mesmo em primeiro lugar, estar sozinho nunca será estar só. 
     A partir do momento que você enxerga que existe um oceano não explorado dentro de você, você começa a enxergar como existe um oceano não explorado dentro de cada pessoa e em cada relação criada ao longo da vida - fica fácil enxergar onde é poça rasa e onde é mar aberto. As pessoas não são rasas, mas os bloqueios criados por uma série de condicionantes as tornam superficiais. Mergulhar em si é encontrar uma quantidade incalculável de respostas para as questões que sempre estiveram respondidas e você nunca enxergou. Mergulhar em si é enxergar que "todo amor é um mar sem fim" e que dentro de cada um existe um universo não explorado. Conhecer alguém vai muito além de ser um ombro pra chorar. Saber quem está do seu lado é importante pra entender quem você realmente é.
      O legal de se sentir sozinho é a liberdade de viver o que se sente na maior sinceridade possível, não existem julgamentos (prévios e posteriores) afinal são os seus sentimentos, e você está ali consigo mesmo. A partir do momento em que a sua companhia lhe bastar, tudo estará na mais perfeita ordem, porque é sozinho que se encontra a verdade companhia.

Que a sua companhia lhe baste. Um Beijo, um queijo, um Xêro. <3 

Ib, meu eterno amor e uma ótima recomendação

sábado, 12 de novembro de 2016

 “Ib” é um jogo 2D do gênero de horror, drama e mistério feito por RPG Maker 2000. Ele foi lançado em 27 de Fevereiro de 2012 e foi criado por Kouri, um artista japonês. O jogo tem uma visão conhecida como “bird's eye view” ou “top-down perspective”, onde você observa a personagem por cima, sendo um tipo de visão em terceira pessoa.
Nesse jogo, você controla uma garota de aproximadamente 9 anos chamada “Ib” através de uma galeria de arte que a mesma vai visitar com seus pais, onde acabam acontecendo coisas muito atípicas após você interagir com um dos quadros. Durante o gameplay, você deve resolver puzzles para progredir na história.

OBS: Essa é uma análise spoiler free, então não contêm spoilers, fique tranquilo




Ninguém sabe de tudo

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

     Não dá pra brincar com a capacidade que o tempo tem de mudar as nossas vidas. Quantas vezes você se pegou refletindo sobre a transitoriedade das coisas? Aquela pessoa que era muito importante, muito presente, que estava sempre com você há alguns anos e hoje você nem sabe onde anda? Aquele amor que pareceu ser a coisa mais intensa que você ia viver na vida e hoje mal parece uma fagulha? Tá mais para uma ponta de cigarro que você nem lembra ter acendido.
     É isso que eu preciso falar hoje, sobre como o tempo muda as certezas de lugar. Sobre como a gente acha que as coisas não têm jeito e como está tudo determinado. Acredite primeiro que a maior parte dos clichês são verdade e que o tempo é quem arruma tudo. O tempo te prova como aquilo que parece ruim, na verdade é um "mal necessário" que lá na frente você nem vai considerar um mal. O tempo é o responsável de te mostrar como todos os erros cometidos são importantes pra construção de quem você é, como todos os momentos ruins na verdade são momentos de transformação da realidade, como  todos os momentos insuperavelmente bons sequer chegam perto dos momentos extraordinariamente maravilhosos em que você vai ver.

     É preciso ter certeza de uma coisa: se as coisas podem piorar, elas podem melhorar. Se as coisas podem ficar muito ruins, elas também podem ficar muito boas e que não existe um limite, nem um adjetivo que possa expressar a possibilidade ascendente da sua vida. O tempo vai te surpreender, não duvide.
     Quando você olhar pra trás vai perceber que cada erro levou você a um momento incrível, que cada momento de dor te mostrou como se pode ser intenso quando o amor aparece. O tempo pode te mostrar como as coisas se encaixam perfeitamente nos devidos lugares: as bagunças, as confusões, os passados - todos eles são parte de um todo que você só enxerga quando acontece.
     Porque eu tô escrevendo tudo isso? Pra que você a partir de agora nunca esqueça que independente do momento em que você está agora, ele é só um pedaço - é uma fatia de algo que ainda vai te surpreender. O tempo tem o poder de te mostrar que a vida vai muito além do que se vê. O tempo é responsável por cada reviravolta... só vivendo pra acreditar.

     Então vivam minhas tulipas, e não esqueçam: o tempo sabe, cura, prova e principalmente surpreende. Ele vai mudar suas coisas de lugar, não tenha duvida disso. Grande beijo, um xêro. <3

A vida não é um filme

     Ultimamente tenho me pego chorando em uma grande gama de filmes, a maior parte deles romances. Aqueles romances clichês onde o casal supera as dificuldades pra ficarem juntos. A diferença é que cada filme tem um conteúdo diferente e consigo trás uma carga emocional diferente, e quando vejo, já me dispus enlouquecidamente a chorar.
     O que acontece é que cada história contada se encaixa perfeitamente na vida de alguém, seja a diferença geográfica, seja a família, seja a carreira, seja a posição social, no final das contas existe sempre um motivo pra o casal protagonista não ficar juntos ao longo da trama, as vezes (na maioria delas) é só orgulho mesmo. O que me deixa preocupada é perceber que os finais felizes dos filmes na verdade não são finais. É o final daquela parte da história, mesmo que longa, onde o casal consegue finalmente ficar junto, mas a vida não acaba ali. Nesse pequeno choque é que percebo que a vida não é um filme, por mais que as histórias contadas nas telonas se pareçam com a vida real.


     A vida não é um filme, infelizmente, então o final feliz para aquela história pode nunca chegar. Nós nunca saberemos quando é o final, porque o final da nossa história só acontecerá quando deixarmos de existir. O que acontece depois do "e viveram felizes para sempre"? Ninguém pode responder, nem uma continuação daquele filme maravilhoso que descreve a história da sua vida. Vamos falar então sobre "Ela é demais pra mim", o filme mais exageradamente clichê e verídico que vi nos últimos tempos. Se você não faz parte dessas história, você conhece alguém que faz.
      Aquele casal que se conheceu de uma forma bem estranha, ou que já se conheciam e passaram a se olhar com outros olhos. Se fazem bem de uma maneira que não dá pra explicar - mas sempre existe algo pra quebrar a harmonia das histórias de amor. A famosa trama "a dama e o vagabundo": a menina rica, bem sucedida, com carreira e estudos, o menino pobre, com uma família bagunçada, uma decepção amorosa e sem perspectiva. Pronto, se depois dessa descrição você pensou automaticamente em alguém eu já posso concluir que todo mundo previu o final desse filme. 
     O problema é que na vida real os personagens dessa história não passam por cima dos seus padrões. Abrir mão algumas vezes é "deixar pra trás" e nem todo mundo está preparado pra isso. A vida não é como num filme, que o orgulho é sempre menor que o desejo de amar. Na vida real a quantidade e a intensidade das vezes que se quebra a cara é muito maior, até porque não se resume a pouco menos de duas horas de história.
      Então alguém por favor me trás um remédio? Porque eu preciso parar de assistir romances hollywoodianos - eles enchem os corações de esperanças em uma realidade que não existe. Coisa é quando resolve assistir um filme que promete te dar um choque de realidade "Ele não está tão afim de você" e no final das contas o filme te dá mais uma dose de doce e saborosa ilusão. Como é que faz pra parar?
      Tulipas, amor é doido né? Que não se perca a fé na esperança e o amor em nós. Grande beijo, um xeiro, um abraço. <3

COMPLEXOS

sábado, 1 de outubro de 2016

   Oi Tulipas, hoje resolvi passar aqui pra contar pra vocês um segredo: os humanos são complexos! Com certeza você pensou "isso não é novidade pra ninguém", mas a novidade vem atribuída a infinitude de interpretações que podem ser dadas a essa frase. É aí que se dá o ápice da complexidade humana: transformar o simples no paradigma mais complexo da história da humanidade. Os humanos possuem uma habilidade nata de oscilar em um tempo incalculável de transição: felicidade e tristeza, ter dúvida e logo após ter certeza, amar e não amar. 
Quem disse que essa complexidade é sempre ruim? Tem que goste...

   É preciso paciência para se conter, afinal de contas se somos todos humanos - eu, você, nossos amigos, familiares e desconhecidos - fomos todos tecidos em uma rede de complexidade infindável. Quando tem amor no meio a coisa fica ainda pior: você já se machucou tanto que se quer sabe se realmente está apaixonado de novo, você só sabe que não quer mais sofrer e fica nessa constante incerteza, será que vou pular em um lago raso de águas mornas e cair num mar revolto com grandes ondas?
   Não dá pra ter certeza, o que se sabe é que existe dentro de si aquele desejo de poder viver o que está sendo sentido, mas mantendo-se sóbrio. Quando se trata de amizade a espera pelo outro torna-se um vício - compreensão, entendimento, compartilhamento são as matérias base das relações, mas a reciprocidade é o determinante: esperar que o outro faça por você o mesmo que você faz por ele, mas que sentido há em serem iguais? A complexidade da vida nos molda de formas diferentes, como poderia esperar de alguém algo que eu faço, se assim fosse possível, as relações não seriam necessárias já que o amor próprio nos bastaria.
   A construção do amor ao outro nos põe em maus lençóis (sempre), via de regra não dá pra definir alguém com base no que nós sabemos dela. Às vezes até resistimos em definirmos nós mesmos, por que não termos certeza de quem somos. A complexidade das pessoas parte dos níveis mais básicos até os ainda não desvendados. Se uma pequena célula no nosso corpo possuí uma complexidade particular, contabilize isso em todas as células do seu corpo e perceba que você é complexo desde o seu desenvolvimento enquanto ser vivo.
   Escrevi tudo isso pra dizer que depositar esperanças nos outros é autodegradante, mesmo que você acredite que conhece aquela pessoa muito bem, estamos passíveis e sujeitos a mudanças. Esperar que o outro nos compreender é exigir de alguém algo que nem você mesmo pode fazer. Se definir é se limitar e esperar que o outro te enxergue como você se vê é tornar-se suscetível a dor. As desilusões nascem do sentimento de esperança, então... não espere! Se entender, se conhecer e se reconhecer é um exercício diário - que deve ser feito não só externamente - se você não se conhece você não pode exigir isso de ninguém. O mesmo vale se falar de amor... 

   Um beijo, um queijo, um xêro, sintam-se tod@s abraçad@s. Não enlouqueçam, nunca se esqueçam de desacelerar.

PRECISAMOS FALAR SOBRE NORMATIVIDADE

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

     Acabei de ler uma matéria falando sobre uma religiosa norte americana, que se afastou da sua doutrina por sua filha, de cinco anos, ser transgênero. Primeiro ponto: transgênero é designação normativa pra enquadras as pessoas que são "normais" das que não são. NORMATIVIDADE em escala básica, partindo do princípio de que os termos utilizados sempre buscam desviar a verdade sobre. Segundo ponto: a matéria dizia que desde os dois anos, o garoto chamado de J não se sentia um garoto, não se enquadrava nos padrões do que é ser um garoto. Mais uma vez sob o ponto de vista normótico construído pela sociedade heterocêntrica bizarra.
     Quando um garoto de dois anos não se sente um garoto tem uma explicação básica para isso: ele não é um garoto. Parece simples né? Falta convencer os bilhões de indivíduos do planeta Terra. Nessa história ainda existe o embate com a escola da menina (de cinco anos), em que o diretor não permite que ela use o banheiro feminino, mas porque não se ela é uma menina? Não dá pra explicar, coube a ele uma chuva de preceitos religiosos cuspidos ao longo da matéria mostrando a visão extremamente preconceituosa de uma pessoa vivendo no século XXI.
     O terceiro ponto que eu preciso comentar com vocês é de como a mãe dele descreve que foi uma grande SUPERAÇÃO pra ela aceitar a sua filha, por ter visto ela rezar para morrer certa vez, isso a sensibilizou. Ora, mas se ela não quisesse morrer você continuaria julgando-a? Olha bem pra essa história e pensa: se uma garota de cinco anos não é aceita, pensa em uma mulher que precisa estar envolvida em uma série de relações sociais? Se isso acontece nos Estados Maravilhosos Unidos da América, a ponta econômica do iceberg, como aconteceria uma coisa dessas no Brasil? 
     A finalidade principal é dizer: nem tudo que é considerado NORMAL, é positivo. Precisamos olhar pro passado pra enxergar que as coisas que nos são impostas não são construções populares, não são construções de uma sociedade igualitária, são construção do que diz os opressores sobre o que são os oprimidos. Sempre foi quem está "lá em cima" dizendo tudo sobre quem está "lá em baixo". Eu ainda não conheço uma definição socialmente aceita de quaisquer que seja o fator que tenho sido desenvolvida pela "plebe".
     O que é necessário perceber nesse momento é que nem tudo que tá ai evidente na sociedade deve ser aceito e abraçado. Estamos dispondo agora de um conhecimento que não nos era dado anteriormente, temos a possibilidade de enxergar que nem tudo é o que parece e de quebrar os muros que estão sendo construídos à séculos ao nosso redor. Não vamos nos encaixar nos padrões, pois os padrões não foram feitos pra nós. Cada pessoa tem sua individualidade e se não caminharmos para a ruptura da normose nos manteremos na tão popular "vida de gado".
     O papo é sério mais extremamente necessário, posso passar a semana inteira escrevendo esse post, mas me fiz básica e sucinta pra que a gente comece a pensar por essas coisas que passam despercebidas por nós. Minhas tulipas, vamos mudar o mundo? Um beijo, um Xêro, e sintam-se todos abraçadys. 

Precisamos falar sobre Afroconveniência

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Primeiramente: respeite o local de fala dos negros. Grata

     Vamos falar de coisa séria minhas tulipas, o assunto hoje é Afroconveniência, esse termo novo que vem circulando as mídias ultimamente. Primeiramente o que é a afroconveniência? A afroconveniência, como sugere o termo, nada mais é do que declarar-se afrodescendente quando conveniente. Esse termo é bastante usando quando falamos do sistema de cotas no Brasil, devido a autodeclaração individual, onde quando necessário utilizam da árvore genealógica para declarar-se negro e ter direitos sobre as cotas reservadas para pretos e pardos (segundo o IBGE).
     A primeira coisa que sempre ouço falar é: "mas não deve ter esse brasileiro que não tenha um negro na história da família, afinal somos miscigenados". Essa afirmação tá corretíssima, mas precisamos falar primeiramente de como é importante o sistema de cotas, que funciona como um mecanismo de reparação das disparidades entre oportunidades e "viabilidade" de acesso a determinados setores quando dividimos a sociedade em negros e brancos. O que envolve por sua vez acesso a educação, saúde, segurança, cultura, lazer, e fatores diversos que distanciam uns e aproximam outros de oportunidades como ingressar no mercado de trabalho e universidades. 
     Paremos pra pensar um pouquinho, se o Brasil é um país miscigenado, porque ainda ouvimos falar de tantos casos de racismo? Explico rapidamente: diferente do que aconteceu nos EUA no período do apartheid, as definições de etnia no Brasil são pautadas na cor da pele e nas expressões fenotípicas características do povo negro, enquanto nos Estados Unidos aqueles que hoje consideramos brancos eram excluídos do convívio social por ter descendentes negros na família. O que pode parecer estranho é: pessoas de pele e expressões fenotípicas predominantemente brancas que possuem ancestrais negros não sofrem preconceito no nosso país, então porque motivo este necessita de reparação? Quais os tipos de injustiça uma pessoa branca sofre no Brasil? 
     Ao andar na rua (principalmente em Salvador), fica claro que muito raramente os olhos se entortam quando um jovem branco caminha pela rua (exceções aos casos onde a classe econômica é evidente). O que ainda podemos enxergar é: a afroconveniência não se restringem as cotas. Aqui em Salvador é bem fácil de enxergar: em um momento o candomblé (religião afrobrasileira) é visto com maus olhos pela sociedade devido a todo estigma construindo ao longo das gerações. No instante seguinte o acarajé é consumido por todo e qualquer indivíduo e mais: é comercializado por religiosos cristãos e protestantes (pasmem: na porta das igrejas!). 
     E os turbantes? As tranças nagô? Os instrumentos musicais? Aqui na Bahia é assim, tem hora que "aff, coisa de preto", e outras que "coisa de negro, amo!". Nada além do mecanismo do usar quando convém. Vamos nos recompor que o arsenal de hipocrisia é infinito. Se olhe no espelho hoje e veja cada marquinha do seu rosto, olhe o tipo do seu cabelo, olhe o tom da sua pele e diga pra se mesma: sou preta! Caso não seja, orgulhe-se também, e não deixe de respeitar o outro por ele não ser igual a você. O respeito é sempre a mãe de todos os momentos. Eu, enquanto mulher negra, vou continuar empoderando os negros que são afroconvenientes e desconstruindo os brancos que desrespeitam o que é nosso e nos usam de joguete. Bola pra frente! Poder aos negros! Igualdade a todos! Boas bandeiras a serem levantadas no século XXI não é?

Um beijo, um xêro, sintam-se abraçadxs <3 


Flores de plástico nunca morrem

sábado, 13 de agosto de 2016

Oi gente! Estou aqui mais uma vez pra compartilhar devaneios com vocês. Sou a louca das reflexões, às vezes um livro, uma música, um texto ou um vídeo me fazem pensar em algo com certa profundidade e eu tenho o hábito de escrever, ou contar pra alguém e porque não compartilhar com vocês? Vamos falar de amor? É só que as vezes a gente se sente com borboletas no estômago por estar gostando de alguém, seu cérebro emite aquele sinal gritando "é furada, saia dessa, foge daí! Você vai quebrar a cara de novo", mas você simplesmente ignora, porquê? Porque amar é o que nos permite sentir o frio na barriga mais gostoso do mundo.
Quando a gente se apaixona por alguém as coisas ficam melhores, o mundo muda de cor, a gente acorda bem humorado e feliz todos os dias, a gente pensa naquela pessoa antes de dormir e assim que acordar. E aí começam a surgir aquelas dúvidas: será que é a pessoa certa pra mim? se eu me jogar nessa relação eu vou quebrar a cara? será que eu finalmente encontrei a pessoa que me completa? Talvez você saiba exatamente a resposta para todas essas perguntas e mesmo com o alarme você diz "então vamos lá né?".
Talvez você esteja realmente certo e essa seja a pessoa por quem você sentirá a coisa mais maravilhosa da sua vida. Seu coração vai bater mais forte a suas pernas irão tremer, mas preste bem atenção no que eu vou te dizer agora: amor não é o suficiente. Parece pessimista olhar por esse ângulo, mas nesse mundo de velocidade quase nada é eterno além dos seus sentimentos. Você pode encontrar os amores da sua vida algumas vezes durante a sua existência, mas a única certeza que você tem é do que você sente.

Quando você se ama você sabe amar alguém de verdade.

Muitas vezes o amor não é correspondido, e isso nos fere de uma forma inumana, mas algumas vezes a pessoa até se joga nessa empreitada com você e ai é que as coisas começam a perder o sentido: você quer ir pro Hawaii e a outra pessoa quer ir pra Bélgica, você quer casar e ter filhos a outra pessoa que viver a vida louca intensamente. E então você se  questiona: só amor basta? De que adianta você amar intensamente se a outra pessoa não tem a menor possibilidade de viver de verdade junto com você?
Falo por mim que sou taurina e quando amo é intensamente, cada poro do meu corpo exala amor e isso transparece em cada detalhe, mas a dor no final é cada vez maior, quando você percebe que a sua pessoa certa não é tão certa assim pra você. Isso não significa que você deva viver plenamente e apenas amar a pessoa que quer construir uma vida nas mesmas bases que você, o que quero dizer é que o amor foi feito pra ser sentido sem nenhuma garantia de durabilidade de permanência da outra pessoa.
Não vale a pena mudar os seus parâmetros para ser feliz no amor, você vai se tornar uma pessoa insatisfeita. Uma hora o encaixe perfeito acontece, ou pode nunca acontecer, mas quem somos pra determinar se viveremos ou não o amor das nossas vidas? Acho que pela juventude a intensidade das coisas são relativas e como não acreditar que encontramos o amor da vida inteira?
Talvez daqui há alguns anos você pense: eu realmente amei de verdade quando eu tinha 16, 17 anos, mas o que seria de mim na Bélgica? Não seria nada, apenas alguém que ama o outro e não ama as decisões que tomou na vida. Amor não é feito de concessões! Muitas pessoas sequer encontram os amores das suas vidas, se é que isso realmente possa existir. Não existe direção a dar ou um manual de regras a seguir quando se ama alguém, cada um com a sua particularidade sem deixar o amor próprio ser suprimido pelo amor por outra pessoa.
Apenas ame, e sinta com intensidade cada momento, você não sabe até quando esse para sempre pode durar. Toca um Jorge e Mateus ai nessa vida e vive esses momentos fofos todos, pra depois sempre tem Marília Mendonça, amor com música é chocolate quente no inverno.

Nem sempre a gente esbarra no amor eterno.

Eu estava lendo coisas sobre como nem sempre o amor da nossa vida permanece na nossa vida para sempre. Eu vivi esse choque de realidade há algum tempo e percebo o quanto é verdade isso, em uma época que as pessoas vivem mais para mostrar ao outro a felicidade dos seus relacionamentos do que realmente sendo felizes, não entrem nesse bote furado minhas tulipas e amem (sem acento pra ser mais intenso) e amem intensamente! Não percam esse momentos em que o coração toma a frente da coisa e até os pelos do corpo se arrepiam quando você olha nos olhos da pessoa por quem seu coração bate mais forte. O interessante é se jogar e deixar a vida acontecer, sem deixar de ser tulipa.

É pra AMAR. Um beijo, um xero e um queijo. Um forte abraço em cada um de vocês. ^ ^

Sobre Penny Dreadful ser aquela série que você precisa assistir.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Penny Dreadful é um seriado americano de terror e eu, como uma boa admiradora tanto do terror quanto de séries, me senti na responsabilidade de passar a diante informações sobre essa série maravilhosa que irá te fazer amar o sotaque super fofo da Inglaterra. Além de terror, durante a história é explorado também o drama, a fantasia e tem aquele clima de thriller indispensável nos momentos mais tensos. Ela foi criada por John Logan (ele fez 007 Skyfall, 007 contra Spectre, Rango, A Invenção de Hugo Cabret e muitos outros filmes) e produzida por ele mesmo e por Sam Mendes (ele foi diretor de Beleza Americana, Estrada para Perdição e O Caçador de Pipas), então só por aí já dá pra perceber qual deve ser o nível da série.
PS: Depois de muito trabalho, consegui escrever tudo isso sem spoiler algum, então podem ler tranquilos.

pt2.: As Minhas Tulipas

segunda-feira, 6 de junho de 2016

   Olá queriduxos! Sejam bem vindos ao nosso cantinho! Estamos aqui juntas pra compartilhar com vocês coisinhas que nos manterão frequentemente em contato: cabelo, maquiagem, cozinha, jogos, militância e tudo que for de interesse em comum entre nós e vocês. A priori esse blog terá publicações esporádicas já que o intuito dele é 'desacelerar' e não ficar enlouquecida com prazos e metas!
   Como essa é minha primeira postagem (estou muito emocionada), vamos falar de coisa boa: MÚSICA! É gente, música; pense em uma pessoa eclética? Ouço um pouco de tudo e em todos os momentos da minha vida a música está sempre presente pra me acompanhar, sejam momentos de alegria, de tristeza, na hora de tomar decisões difíceis e principalmente na hora de CRIAR! Pense em uma pessoa que adora inventar arte? Essa que vos fala!
   O processo criativo é uma coisa emocionante na minha vida, sempre me desliga do caos do mundo lá fora e me permite devanear por alguns momentos em um mundo só meu de criatividade, de bagunça, entre linhas, tintas, madeira, papelão e tudo que eu puder achar no caminho. Fazer bagunça é o meu sobrenome! A arte me ajuda a desacelerar e a "take it easy" e a música está sempre ao meu lado nesses momentos. Quando se sentirem desconfortáveis, precisarem refletir, relaxar, sorrir, coloca esse som no volume máximo e vem pra cá se encontrar com a gente!
   Garanto que postagens criativas não vão faltar e virão carregadas de muita musicalidade. Vamos nos desligar desse sistema insano e vamos nos juntas aqui nesse blog de vez em quando em prol de objetivos especiais: relaxar, abstrair, aprender, soltar a imaginação e dar boas risadas! Sejam todos e todas muito bem vindos e bem vindas ao nosso universo particular. Vamos todos?
   Vou deixar nesse post as minhas flores favoritas: as tulipas roxas, que significam tranquilidade e paz, que eu desejo a todos vocês que estarão conosco a partir de hoje.
   Ps.: deixem sempre ideias pra nós nos comentários que prometemos tentar publicar o que vocês querem aprender ou ler aqui no blog. Vamos construir isso de forma coletiva, ok?



   Um xero, um beijo, e um queijo, e fiquem todos e todas no conforto do meu abraço. Voltem sempre.

Poderia ser uma introdução simples, mas não é ♡ (pt. 1)

Olá queridos seres, bem-vindos ao blog Take it Easy (TIE para facilitar). Eu pensei em muitas formas de começar essas postagens, pensei em muitos layouts e plataformas de blogs, pensei em vários e vários nomes e acabamos nessa conclusão que seus olhos admiram nesse momento. Poderia começar com um texto típico de introdução ou começar já postando algo relacionado ao blog, porém houve um sentimento em mim que dizia que isso não seria muito legal de se fazer e é por isso que exploraremos mais alguns de meus pensamentos aqui e agora. Sentimentos estes que, vale ressalta, provavelmente são compartilhados por um bocado de gente nessa sociedade moderna.
Que tal relaxar lendo um belo livro ao ar livre?
 
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