Ib, meu eterno amor e uma ótima recomendação

 “Ib” é um jogo 2D do gênero de horror, drama e mistério feito por RPG Maker 2000. Ele foi lançado em 27 de Fevereiro de 2012 e foi criado por Kouri, um artista japonês. O jogo tem uma visão conhecida como “bird's eye view” ou “top-down perspective”, onde você observa a personagem por cima, sendo um tipo de visão em terceira pessoa.

Nesse jogo, você controla uma garota de aproximadamente 9 anos chamada “Ib” através de uma galeria de arte que a mesma vai visitar com seus pais, onde acabam acontecendo coisas muito atípicas após você interagir com um dos quadros. Durante o gameplay, você deve resolver puzzles para progredir na história.

OBS: ❀ Essa é uma análise spoiler free, então não contêm spoilers, fique tranquilo ❀

A história tem basicamente cinco personagens: os pais de Ib, a própria Ib, Garry e Mary. Os seus pais são apresentados logo no começo do jogo, já que foram os mesmos que te levaram para a galeria de arte, onde há uma exposição de um artista chamado Guertena. Lá, ao interagir com um quadro chamado de “Fabricated World” (“Mundo Fabricado”), as luzes piscam e todas as pessoas que estavam lá somem. Você é guiado para uma das primeiras pinturas (“Abyss of the Deep”/”Abismo do Profundo”) e acaba por mergulhar nela e parar em um mundo que parece ser uma outra versão da própria galeria em que você estava anteriormente, sem possibilidade de voltar.

Logo no começo do jogo, você encontra uma rosa vermelha, que representará sua vida no decorrer do jogo. Cada hit que você tomar prejudicará a rosa, fazendo com que pétalas caiam e, caso todas acabem caindo, você morrerá e então será Game Over. Sua rosa pode ser curada ao você mergulhar ela em alguns vasos de água que estão espalhados pelo jogo, onde o jogo também é salvo.

"Quando a rosa ?????, você também irá ??????"

Um tempo depois, Ib encontra a primeira pessoa depois desses acontecimentos estranhos: o Garry. Ele é um cara de idade desconhecida, mas aparentemente deve ter em torno de 25, que explica que também estava visitando a galeria quando todos sumiram e ele foi parar naquele mundo estranho. Ele acaba se juntando a você para tentar encontrar uma saída após você salvar a vida dele devolvendo-o a sua rosa, que tem cor azul. Posteriormente, você se depara com a segunda pessoa naquele mundo, a Mary, uma garotinha com aproximadamente a mesma idade que a sua (9 anos) e que diz também estar perdida e que porta uma rosa amarela. Logo os três se juntam para tentar achar uma saída e voltar para o mundo normal.

Dica e fato interessante sobre o jogo: Como a Ib tem 9 anos e ainda não sabe ler direito e não conhece todas as palavras, muitos títulos de quadros/esculturas ou até mesmo os livros têm palavras que são substituídas por “?????” já que ela não tem conhecimento sobre aquela palavra. Entretanto, você pode descobrir essas palavras se você interagir com esses mesmos títulos ou livros quando estiver com o Garry.

Na tela de saves, são mostrados os personagens.

Todos os personagens são muito agradáveis, parecem ser bem amigáveis e por isso, apesar do ambiente hostil em que se encontram, fazem com que você se sinta protegido e com alguém para confiar. O jogo é cheio de puzzles, um atrás do outro, que não são particularmente difíceis, mas que requerem um certo nível de raciocínio e de exploração também. Em vez de dificultar desnecessariamente o jogo, fazem com que o mesmo seja bastante fluido e também fazem com que ele tenha essa característica bastante imersiva devido a maioria dos puzzles serem relacionados com as próprias pinturas e esculturas.

A atmosfera do jogo consegue ser, ao mesmo tempo, assustadora, harmoniosa e aconchegante, com momentos de tensão e momentos mais leves, sempre com bastante dados visuais nas cenas e com relação entre as criações de Guertena. Por falar nisso, durante o jogo, pouco se sabe sobre o artista, mas algumas coisas são descobertas através de livros e papéis espalhados por aquele mundo.

"O que é esse lugar...? Não tem cor alguma!"

Não há o que reclamar sobre todo o conjunto de atmosfera do jogo + trilha sonora, pois considero Ib como um dos jogos com as melhores trilhas sonoras que eu já joguei, sem contar todas as músicas que foram feitas inspiradas no jogo, que também são magníficas. Cada personagem principal tem uma música tema, sendo todas acústicas e muito bem elaboradas, o que, com certeza, foi um diferencial sobre esse jogo e também algo que me fez gostar mais ainda dele. A música tema da Ib é bastante simples, porém retrata perfeitamente o jogo inteiro por si só: algo harmonioso, aconchegante e, ao mesmo tempo que é simples, transborda de sentimentos.

Um dos fatores interessantes sobre esse jogo é a possibilidade de explorar exatamente tudo, todos os quadros têm seus títulos e quase todos os objetos de uma certa cena terão algo para ser notado pela personagem principal. Além disso, em uma das últimas atualizações, ao final do jogo é possível adentrar em uma parte especial, onde consta todos os quadros e esculturas que são vistos pelo jogo, o que torna essa percepção de cenário mais aprofundada.

O jogo conta com 7 finais diferentes entre si, sendo que em um deles há 4 variações, ou seja, 4 modos de obtê-lo, enquanto que os outros têm apenas um modo de se obter, o que acaba realmente instigando o jogador a jogar mais de uma vez para poder experimentar todos os finais.

❀ Confissão e, talvez, um conselho: Se você for jogar, prepare um lencinho ao lado do computador, pois a maioria dos finais contam com uma carga emocional enorme que, com certeza, farão você chorar, principalmente se você se apegar aos personagens (o que não é tão difícil assim já que eles são tão adoráveis). ❀

Os gráficos são bem simples e condizentes com o programa utilizado, porém isso não é um ponto negativo para o jogo. Na verdade, até mesmo a qualidade dos gráficos utilizados ajuda na imersão do jogador, pois cria uma ótima atmosfera para tudo o que acontece durante a história, combinando perfeitamente com todo o enredo, personagens e jogabilidade.

Ib é um dos meus jogos favoritos, cujo enredo me emocionou muito (e ainda emociona) e que me fez ter um grande apego pelos personagens. O enredo é simplesmente sensacional, inclusive consta com alguns plot twists* maravilhosos que fazem sua mente trabalhar a mil e se perguntar “como eu não percebi isso antes?!”. Devido a todo o cenário com bastante informações e um enredo extremamente interessante, é um jogo que pode facilmente ser jogado várias vezes sem ficar enjoativo, pois cada vez é possível fazer uma nova descoberta. Inclusive eu, que não tenho nem um pouco o costume de jogar o mesmo jogo mais do que uma vez por achar que estraga a magia do jogo, já devo ter jogado Ib umas 15 vezes (sem brincadeira).

Saindo do lado mais técnico e indo para o lado pessoal: eu AMO esse jogo, de verdade. Inicialmente, foi ele que me apresentou a esse mundo maravilhoso de RPG Maker e, através do mesmo, já joguei muitos outros jogos da mesma plataforma que também são maravilhosos, como Mad Father, The Witch's House, Yume Nikki e muitos outros. Esse é um ótimo programa para jogos mais simples no quesito gráfico, mas muitas vezes o enredo é bem detalhado e faz com que você se conecte completamente com o jogo.

Ib marcou uma grande parte de minha vida e tem um grande significado para mim, por isso eu achei indispensável fazer uma resenha sobre ele nesse blog, como sempre, tentando ser bastante sincera e fazer uma análise clara, e, claro, ✿sem spoilers ✿.

Se você chegou até aqui, o que está esperando para jogar Ib?! Um dos melhores aspectos desse jogo tão magnífico é que ele é de graça, então toma aqui um link em português e outro em inglês e seja feliz! 

E quem sabe, quando acabar, você não queira deixar um comentário maneiro aqui falando o que achou sobre o jogo? Ou até mesmo se você já jogou Ib, pode comentar dizendo sua opinião, eu amo conversar sobre Ib. Sinta-se à vontade. Espero que tenham gostado do texto. ♡

Legenda:

*plot twist = “virada de enredo”, quando ocorre algo na história que o jogador não esperava.