Acabei de ler uma matéria falando sobre uma religiosa norte americana, que se afastou da sua doutrina por sua filha, de cinco anos, ser transgênero. Primeiro ponto: transgênero é designação normativa pra enquadras as pessoas que são "normais" das que não são. NORMATIVIDADE em escala básica, partindo do princípio de que os termos utilizados sempre buscam desviar a verdade sobre. Segundo ponto: a matéria dizia que desde os dois anos, o garoto chamado de J não se sentia um garoto, não se enquadrava nos padrões do que é ser um garoto. Mais uma vez sob o ponto de vista normótico construído pela sociedade heterocêntrica bizarra.
Quando um garoto de dois anos não se sente um garoto tem uma explicação básica para isso: ele não é um garoto. Parece simples né? Falta convencer os bilhões de indivíduos do planeta Terra. Nessa história ainda existe o embate com a escola da menina (de cinco anos), em que o diretor não permite que ela use o banheiro feminino, mas porque não se ela é uma menina? Não dá pra explicar, coube a ele uma chuva de preceitos religiosos cuspidos ao longo da matéria mostrando a visão extremamente preconceituosa de uma pessoa vivendo no século XXI.
O terceiro ponto que eu preciso comentar com vocês é de como a mãe dele descreve que foi uma grande SUPERAÇÃO pra ela aceitar a sua filha, por ter visto ela rezar para morrer certa vez, isso a sensibilizou. Ora, mas se ela não quisesse morrer você continuaria julgando-a? Olha bem pra essa história e pensa: se uma garota de cinco anos não é aceita, pensa em uma mulher que precisa estar envolvida em uma série de relações sociais? Se isso acontece nos Estados Maravilhosos Unidos da América, a ponta econômica do iceberg, como aconteceria uma coisa dessas no Brasil?
A finalidade principal é dizer: nem tudo que é considerado NORMAL, é positivo. Precisamos olhar pro passado pra enxergar que as coisas que nos são impostas não são construções populares, não são construções de uma sociedade igualitária, são construção do que diz os opressores sobre o que são os oprimidos. Sempre foi quem está "lá em cima" dizendo tudo sobre quem está "lá em baixo". Eu ainda não conheço uma definição socialmente aceita de quaisquer que seja o fator que tenho sido desenvolvida pela "plebe".
O que é necessário perceber nesse momento é que nem tudo que tá ai evidente na sociedade deve ser aceito e abraçado. Estamos dispondo agora de um conhecimento que não nos era dado anteriormente, temos a possibilidade de enxergar que nem tudo é o que parece e de quebrar os muros que estão sendo construídos à séculos ao nosso redor. Não vamos nos encaixar nos padrões, pois os padrões não foram feitos pra nós. Cada pessoa tem sua individualidade e se não caminharmos para a ruptura da normose nos manteremos na tão popular "vida de gado".
O papo é sério mais extremamente necessário, posso passar a semana inteira escrevendo esse post, mas me fiz básica e sucinta pra que a gente comece a pensar por essas coisas que passam despercebidas por nós. Minhas tulipas, vamos mudar o mundo? Um beijo, um Xêro, e sintam-se todos abraçadys.
O papo é sério mais extremamente necessário, posso passar a semana inteira escrevendo esse post, mas me fiz básica e sucinta pra que a gente comece a pensar por essas coisas que passam despercebidas por nós. Minhas tulipas, vamos mudar o mundo? Um beijo, um Xêro, e sintam-se todos abraçadys.